segunda-feira, 23 de julho de 2007

Desvendando o mistério

Recentemente assisti a um filme em que uma jovem havia sido assassinada. Em filmes assim, tentamos desvendar o caso juntamente com a polícia (Você não? Então pare por aqui e procure outra coisa para fazer). No filme em questão, as pistas levavam para uma pessoa, BUT* (sotaque britânico) eu me perguntava: “Será que vai ser tão óbvio assim?”. Pois estava super óbvio.
Foi aí que começou a confusão na minha cabeça: “Talvez seja óbvio porque foi ele mesmo o assassino e não tem mistério algum, ou talvez seja óbvio para despistar e o assassino seja alguém totalmente inesperado, ou será que por esperar o óbvio, já o descartamos, mas o óbvio era o certo e não o mais deixa de ser porque o havíamos descartado?.”
Você está confuso? Imagine eu assistindo o filme e tentando descobrir o assassino.
Isso me levou a pensar em outra coisa: outros filmes ou novelas (gosto é gosto, fazer o quê?) em que se tenta desvendar o crime, antes era sempre o vilão o principal suspeito, mas devido a tantas repetições outros personagens começaram a surgir, até que um dia, os vilões ficaram de fora das listas de apostas. Só que ainda eles aparecem como os assassinos em alguns casos justamente por terem sidos descartados, por não serem mais óbvios. Mesmo assim, quando foi o vilão que cometeu o crime, as pessoas ficam indignadas, mesmo não tendo pensado neles, pois elas dizem: “Assim não tem graça, pois vilões nem precisam de motivos para matar, eles apenas matam”. E quando é uma pessoa inesperada alguém levanta a mão e diz: “Ah, sabia que era ela(e)”. Ninguém mais fica de fora, agora todos têm motivos para matar, mesmo sendo o mais cabeludo.
Enfim, nem vilões, nem mocinhos estão agradando. Vilão é óbvio. Mocinho agora também.
Acredito eu que o que mais conta agora não é quem cometeu o crime e sim como o fez.
Assim, escritores, roteiristas, e afins, aposto minhas fichas no crime e não no criminoso.

Ah, como acabou o filme?
Se ainda não o viu, veja-o: “Sobre meninos e Lobos” (Mystic river), direção de Clint Eastwood.
Só uma coisa: ele não apostou no crime.

*mas

Tais Carla B. Cassemiro

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Untitled

Não devia falar com quem não me ouve
Não devia ouvir quem não me entende
Não devia me importar com quem me das as costas
Não devia correr atrás de quem me deixa partir
Não devia ser eu mesma com quem não me olha nos olhos

Esse é um lado meu que não ouço,
Com quem não falo, não me importo,
Não corro atrás, não olho nos olhos,

Até o dia em que eu resolver dar-lhe atenção.


Tais Carla B. Cassemiro

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Não apenas uma, mas duas

Acordei com o barulho do despertador do meu celular, ao som de “One way ticket” do The darkness. Não devia ter ido à festa ontem. Escovei os dentes, penteei o cabelo, enfim, fiz o que sempre fazia antes de ir trabalhar. Depois de tomar o café da manhã, dirige-me ao estacionamento do prédio. No elevador aproveitei o espelho e “dei uma ajeitada no cabelo” e uma coisa começou a me intrigar. Bem, peguei meu carro e partir para mais um dia.
No caminho uma coisa ainda me intrigava. As buzinas do trânsito estavam começando a me deixar louca, quando finalmente cheguei ao meu destino. Enquanto pegava minhas coisas do carro uma coisa ainda me intrigava. Bem, guiei-me até o elevador.
Cumprimentei o carinha que ali estava. Ao chegar ao meu andar fui direto ao banheiro (estava muito apertada). Enquanto lavava as mãos, uma coisa ainda me intrigava.
Depois que saí do banheiro, dirigi-me ao meu escritório. Cumprimentei a Laura, o Otávio, o Pedro, a Silvia, o Oswaldo, a Priscila, a Bianca, o mocinho da correspondência, acenei para o Diego, que estava ao telefone (fazer o que se sou popular). Enfim, depois de tantos “olás” e “tudo bem?”, cheguei a minha mesa. Agora não apenas uma, mas duas coisas me intrigavam.
Fui até a janela olhar o movimento. Olhei para o meu reflexo no vidro. E duas coisas não me deixavam em paz. Duas coisas que realmente me intrigavam: afinal, porque eu ainda estava de pijamas? E pior: porque ninguém havia mencionado que eu ainda estava de pijamas?
Tais Carla B. Cassemiro
*gosto de pijamas

terça-feira, 10 de julho de 2007

Carlinhos vai ao parquinho

Lúcia estava aos berros no celular conversando com seu advogado, sentado no banco do parquinho, de onde dava para ficar de olho nas crianças que brincavam, principalmente seu filho de sete anos.
Tagarelava sem parar, quando de repente começou a falar mais alto. Estava furiosa. Seu marido havia entrado com pedido de divórcio. Saiu apressadamente pelo parquinho, ainda xingando o advogado, procurando seu filho. Quando o achou, sentado de costas, brincando na areia, pegou-o pelo braço, sem dar-lhe chance de convencê-la a ficar mais um pouco. O menino tentava fazê-la soltar seu braço, mas quando viu já estava dentro do carro indo para casa.
Lúcia reclamou o caminho inteiro, não parou de resmungar um segundo. Havia até esquecido do filho no banco traseiro, quando começou a xingar o futuro ex-marido.
Quando chegou a casa, mal desceu do carro e ligou novamente para o advogado e pôs-se a discutir com o pobre homem. Entrando em casa berrou para o filho: “Vamos, Carlinhos! Pegue suas coisas e venha logo para dentro”.
O menino permaneceu dentro do carro. Lúcia, que notou que Carlinhos não havia entrado, deixou o celular em cima da mesinha no centro da sala de visitas e voltou para o carro para tomar satisfações com o menino. Partiu em direção ao automóvel gritando: “Carlinhos, já estou cansada, fiquei a tarde inteira naquele parquinho, seu pai, aquele cachorro, aprontou mais uma... e tudo que eu peço a você é que me obedeça, mas não, você anda muito sem educação ultimamente. Chega, menino! Entra logo em casa!”
Um choro soou dentro do carro.
“Agora está chorando? Assim não dá, Carlinhos.”
Quando Lúcia viu o menino sentado no banco traseiro, ele estava com as mãos no rosto. Chorava muito. Ele enxugou uma lágrima que descia lentamente, olhou para a mulher diante de si e gritou: “Eu quero minha mãe, pode me levar até ela, tia?”.
Lúcia ficou muda.
E enquanto isso, Carlinhos ainda brincava no escorredor, seu brinquedo favorito. Nem notou o banco que agora estava vazio.


Tais Carla B. Cassemiro

*sobre o título: achei engraçado e não tinha outro me mente.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

(Pessoal)

Falta de criativiade ou seja lá o que for, tédio e mal humor (talvez não seja o nome mais adequado, mas ema... ema ... ema) são ingredientes perigosos quando misturados de forma, local e dia inadequados. Muita coisa para fazer, mas nada que realmente valha a pena, e não me venha citar Fernando Pessoa "tudo vale a pena se a alma não é pequena", porque digamos que hoje a minha alma está minúscula... coisa mínima.

Também digamos que hoje sou péssima perdedora, não que eu tenha perdido, afinal nem encontrei. "But I still haven't found what I'm looking". Nem sei o que procuro. Sei sim, afinal sempre sabemos, não é?!. É só encarar os fatos, meu filho. Não, não é texto de auto ajuda, aliás detesto texto de auto ajuda (e se estiver escrito errado, olhe no dicionário e me corrija porque eu não vou fazer isso, talvez amanhã eu faça... ou não) porque não dá para aguentar alguém que nem me conhece, dizendo o que devo ou o que não devo fazer, mesmo que seja para me ajudar.

Isso (não me faça esplicar o que é isso porque nem eu mesma consigo definir) tem motivos, causas, razões e circunstâncias (que não citarei aqui, é claro). Talvez devesse... mas penso duas vezes e não... não cito. A sequência poderia ser disastrosa.

Não diga que vai fazer se não vai fazer, por favor, minta para mim, inventa qualquer coisa, mas não quebra "promessas". Não diga só por dizer, não leva a lugar algum, ou leva, mas talvez não tem volta.

Mais uma coisa: não use máscaras comigo, porque eu também tenho e sei como usá-las.

Mais uma coisa: há um lado meu (esse não nome tem) que eu não gosto, realmente me incomoda. Espero das pessoas aquilo que eu faria (acho que não sou a única), mas elas não são como eu e nem sempre agem da forma que espero.

Sou com você assim com você é comigo.

Pense duas vezes antes de me dar as costas.

"O que ou quem provocou esse texto está em mim e em mais ninguém" (ninguém disse isso antes de mim mesma, só para informar, porque às vezes as coisas surgem... num entendeu ainda??? ... é meu!!!!!!!!!!!!! assim como "tudo vale a pena se a alma não é pequena" é do Fernando Pessoa - sim, eu tenho mania de dar explicações, aliás, tenho que me segurar para num colocar uma nota explicando cada construção de meus textos)

esse texto é pessoal... desabafo? se quiser chamar assim ema... ema... ema...

ía bloquear comentários, mas afinal de contas, hoje não me importa para que lado vou olhar primeiro (se quiser que eu explique essa "coisa de que lado vou olhar primeiro" que acabei de escrever... envie um recado para o meu email)