domingo, 8 de março de 2009

Separação

Charlie e eu sempre fomos os melhores amigos desde crianças. Crescemos e não tínhamos nos cansado um do outro. Muitas pessoas diziam até que éramos o casal perfeito; acreditavam que éramos namorados ou algo do tipo. Mas nunca tivemos algum relacionamento que não fosse apenas amizade; preferíamos não correr o risco de terminarmos um odiando o outro. Com 13 anos, Charlie descobriu a sua vocação: jogador de basquete. E, desde então, seu sonho era se tornar um dos melhores esportistas do mundo. Eu dava o maior apoio. Com 15 anos ele foi descoberto por um desses olheiros e passou a jogar para o time local. Ele estava muito feliz. E eu também. Porém, em um dos jogos do campeonato regional, Charlie não se sentiu bem. Fez exames e tudo; descobriu que o coração não era muito forte. Ele não poderia fazer nenhuma atividade que exigisse muito de seu condicionamento físico, ou seja, não poderia mais jogar basquete. Foi difícil para ele, e vê-lo triste foi difícil para mim. Os médicos diziam que o que ele tinha era grave. O coração de Charlie era como uma bomba prestes a explodir.

A gente não sabe quando a nossa hora vai chegar, pode ser amanhã ou daqui uns sessenta anos; no caso de Charlie era diferente. Os médicos disseram que o seu coração poderia não durar mais que cinco anos. Ele dizia que iria ficar bem, que tudo ia dar certo, só para não me preocupar. Por dois anos tentamos levar a nossa vida como se nada daquilo estivesse acontecendo. Só lembrávamos quando Charlie passava mal ou tinha que fazer algum exame.

Dizem que a única certeza de que temos na vida é a morte. E sabíamos que um dia ela iria nos separar. Mas não esperávamos que iria ser tão cedo. Eu havia pego os últimos exames de Charlie. Diziam que ele estava muito bem, que o tratamento estava resolvendo e cinco anos agora era muito pouco tempo; Charlie viveria muito.

Mas não teve jeito e a morte foi certa. Eu morri num dia ensolarado de agosto, enquanto atravessava a rua. Carro em fuga. Me levaram para o hospital ainda com vida, tentaram me reanimar, mas eu não resisti.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Jack Hide and the Christmas Tree

Porque o espírito de Natal baixou em mim...
por dois minutos..
depois ele foi embora =/
Jack Hide was a tiny skinny man,
Living an ordinary life,
Once a year he’d feel alive again,
That was in Christmas time

A carol song he would sing
While hanging socks in the fireplace
For gifts Santa would bring
In the morning of Christmas day

From his window he could see
Snow falling from the sky,
Cookies and a cut of hot tea
To warm him up on Christmas night

On his yard you would find
A evergreen coniferous tree
With and angel, ornaments and lights
Hiding something no one could see

He had a home sweet home
And there he lived all by himself
But still he was never alone
Inside his mind was someone else

Most part of the time
Jack Hide was kind and good
But the evil in his mind
Did things he never would

He invited McLane, an old friend,
To celebrate that special date
In his eyes something has changed
When he realized it, it was too late

“Jingle bells”, he started singing
While going outside towards the tree,
A man lying dead he was bringing,
Victim of a chocolate tea

“You were not a good boy”,
He said looking at the McLane’s face
I hope you’ve lived with pleasure and joy,
If you didn’t, it is too late

Four Christmas nights, all the same,
The evil was then set free,
May, Taylor, Diaz and McLane
All buried under the Christmas tree
by moi, me, euzinha

domingo, 30 de novembro de 2008

Meme

Meme roubado do "Blog do Tyler"...

- Colocar uma foto individual sua: Pulo essa parte
- Escolher uma banda: Queen
- Responder somente com títulos de canções do artista escolhido
- Escolher 4 pessoas que respondam ao desafio, sem esquecer de avisá-los: eu escolho Madonna (e como ela estará no Brasil em breve, poderei avisá-la pessoalmente), Justin Timberlake, Keith Richards e minha mãe.

1) És homem ou mulher?
Killer queen

2) Descreva-se:
A Kind of Magic

3) O que as pessoas acham de ti?
I'm Going Slightly Mad

4) Como descreves o teu último relacionamento:
All dead all dead

5) Descreve o estado atual da tua relação com o seu namorado ou pretendente:
Crazy Little Thing Called Love

6) Onde querias estar agora?
Bicycle Race

7) O que pensas a respeito do amor?
The Great Pretender

8 ) Como é a tua vida?
It’s a hard life =P

9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo?
Get Down Make Love

10) Escreve uma frase sábia:
The Show Must Go On

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Conversa de telefone

Toca o telefone. Ela se levanta e guia-se com dificuldade até o aparelho:

- Alô!

- Alô!

- Oi... tudo bom?

- Oi... ai, tudo mau para falar a verdade. Tô com uma dor aqui na lombar... mas, como você tá?

- Ah, eu tô bem. Mas e essa dor... começou do nada?

- Então... ontem eu acordei com ela e hoje tá pior, sabe!?

- Entendo... mas a senhora já foi no médico?

- Fui nada, menina!

- Então é bom a senhora ir, né?

- Acho que não é nada, não!

- Mas nunca se sabe, né? Uma vez um conhecido do amigo do veterinário do cachorro do meu tio tava com uma dor no braço. Ficou enrolando e quando foi no médico, descobriu que tava com um tumor!

- Ai, que horror!

- Pois é... era benigno, mas tumor, né?

- Então se eu perceber que não melhorou, eu vou no médico. Ah, acho que vou pedir para benzer...

- É... benzer é bom. Olha, se eu não me engano a minha vizinha benze. Posso ver isso para a senhora.

- Ah, agradeço, mas eu tenho uma amiga que benze. Vou lá sempre que preciso.

- Mas vai no médico, viu!? É bom a gente ter certeza que não é nada, né?

- É... pode deixar que eu vou sim...

- Mas não vai ser nada não, você vai ver...

- Espero que não. Ai, é coisa de gente velha, sabe?

- Mas a senhora nem é tanto...

- Minha filha, sou sim. Às vezes até sinto a morte me rondando.

- Credo! Chuta que é macumba.

- Verdade... eu sinto um arrepio passando pela espinha de vez em quando... ui!

- Ai, pode ser encosto e se for isso, só reza brava mesmo... sabe? Aqueles negócios de descarrego.

- Olha, para falar a verdade ultimamente eu me sinto meio possuída...

- Cruzes... não tem nenhum centro por aí, não?

- Hum.. creio eu que sim. Acho que a filha de uma outra vizinha minha andou tendo uns ataque e levaram ela num desses lugares.

- Então vai lá, né?

- É...

- Mas então... eu liguei porque eu preciso falar com a Isabela.

- Isabela? Aqui não tem nenhuma Isabela.

- Ah, não?

- Não.

- Então com quem eu tô falando?

- Com a Lúcia.

- Lúcia?

- É.

- Não é a Dona Fátima?

- Não.

- Ah, então foi engano.

- Parece que sim..

[silêncio]

- Tchau.

- Tchau.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Tears

Tuesday, November 18th 2008

It rains.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Pequena conversação

Chovia. Duas mulheres conversavam em um café.

"Já reparou que chove toda quinta-queira?"

"Mas hoje é sexta!"

"Hum... verdade."

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Juno e o Leão

Eram 4 horas da tarde e eu voltava para casa. O ônibus estava quase cheio, mas não havia ninguém ali que pudesse fazer do meu dia algo mais interessante, até o momento em que aquela criatura embarcou. Meus olhos bateram no cabelo dela e não queriam mais sair. Logo de cara era percebeu o meu interesse em suas mechas. Eu estava sentada no fundo do ônibus e ela foi se aproximando. Quando chegou bem perto de mim, disse:

“Que foi, garota? Qual é o problema?”

“O seu cabelo”, eu respondi.

“Pelo menos eu não tenho essa cara de trouxa”, ela retrucou.

Isso era o melhor que ela podia fazer? Enfim, eu continuei:

“Isso é algum tipo de moda inspirada no tempo dos homens das cavernas?”

Foco. Para mim, a melhor coisa para não ser ofendido e deixar a pessoa mais irritada é não perder o foco. E eu não perdi:

“É problema de genética ou de shampoo?”

Ela continuou tentando me ofender. Tentou de tudo: nariz de mandruvá, orelha de macaco, olho de coruja, boca de cotovia, dente de hipopótamo etc. Mas eu ainda continuava admirando o seu cabelo:

“Você não deve ter problema com pente, não é? Mas o pente deve ter um problema muito sério com você.

Ela já estava muito brava comigo e eu sentia que ia apanhar. Porém, ela teve que desembarcar. Fora do ônibus ela ainda me olhava com uma expressão de poucos amigos. Só faltou rugir e pareceria o verdadeiro rei da selva.

Enfim, no dia seguinte, quando eu acordei, não havia pente que entrava no meu cabelo. Aposto que foi macumba daquela criatura, porque ela tinha uma cara de macumbeira...