Foi aí que começou a confusão na minha cabeça: “Talvez seja óbvio porque foi ele mesmo o assassino e não tem mistério algum, ou talvez seja óbvio para despistar e o assassino seja alguém totalmente inesperado, ou será que por esperar o óbvio, já o descartamos, mas o óbvio era o certo e não o mais deixa de ser porque o havíamos descartado?.”
Você está confuso? Imagine eu assistindo o filme e tentando descobrir o assassino.
Isso me levou a pensar em outra coisa: outros filmes ou novelas (gosto é gosto, fazer o quê?) em que se tenta desvendar o crime, antes era sempre o vilão o principal suspeito, mas devido a tantas repetições outros personagens começaram a surgir, até que um dia, os vilões ficaram de fora das listas de apostas. Só que ainda eles aparecem como os assassinos em alguns casos justamente por terem sidos descartados, por não serem mais óbvios. Mesmo assim, quando foi o vilão que cometeu o crime, as pessoas ficam indignadas, mesmo não tendo pensado neles, pois elas dizem: “Assim não tem graça, pois vilões nem precisam de motivos para matar, eles apenas matam”. E quando é uma pessoa inesperada alguém levanta a mão e diz: “Ah, sabia que era ela(e)”. Ninguém mais fica de fora, agora todos têm motivos para matar, mesmo sendo o mais cabeludo.
Enfim, nem vilões, nem mocinhos estão agradando. Vilão é óbvio. Mocinho agora também.
Acredito eu que o que mais conta agora não é quem cometeu o crime e sim como o fez.
Assim, escritores, roteiristas, e afins, aposto minhas fichas no crime e não no criminoso.
Ah, como acabou o filme?
Se ainda não o viu, veja-o: “Sobre meninos e Lobos” (Mystic river), direção de Clint Eastwood.
Só uma coisa: ele não apostou no crime.
Tais Carla B. Cassemiro