terça-feira, 13 de novembro de 2007

Na esquina, eis a minha sina

Duas baratas se encontraram perto da entrada de um esgoto depois de muito tempo sem se verem. Ali mesmo ficaram horas e horas conversando: os baratos que tiveram, como as coisas não são tão baratas como antigamente, graças à globalização. Enfim, coisas muito interessantes... para baratas, é claro.
Depois de muito conversarem, uma descobriu o quão depressiva a outra era.
“Vou me matar”, dizia uma.
“Não diga isso, tudo ficará melhor”, dizia a outra.
“A vida num tem sentido”, dizia repetidamente.
“Não fala uma coisas dessas”, a outra tentava acalmar a amiga.
E continuaram com aquela discussão por muito tempo: uma com idéias suicidas, a outra tentando mostrar que a vida valia a pena. Estavam tão distraídas que nem percebiam o ir e vir das pessoas.
Foi o dia, veio a noite, e ali estavam elas discutindo. Tanto foi a insistência de uma que a outra esqueceu a besteira de suicídio. Não iria mais suicidar e tinha esperanças com relação à vida. Despediu-se da outra e agradeceu pela ajuda.
E assim ela partiu para casa; realmente estava bem melhor.
Ao dobrar a esquina, sumindo da vista da outra ...

Crack!

by Tais Carla B. Cassemiro

Um comentário:

Tyler Bazz disse...

Ela morreu! Ela morreeeeu!